Recurso, que será mobilizado em dez anos, fomentará negócios inovadores na Amazônia. CNI compra cota pioneira de R$ 2 milhões
O Instituto Amazônia+21 lança, nesta sexta-feira (17), uma plataforma para atrair investimentos que financiarão negócios sustentáveis na Amazônia. A organização é uma iniciativa de empresários da região e conta com o suporte da Confederação Nacional da Industria (CNI) e das nove federações das indústrias dos estados da Amazônia Legal – Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima, Pará, Maranhão, Amapá, Tocantins e Mato Grosso.
A ferramenta Facility de Investimentos Sustentáveis funcionará por meio de um blended finance. A intenção inicial é captar R$ 600 milhões nos primeiros três anos. Ao longo de 10 anos, a meta é chegar à casa dos R$ 4 bilhões.
O blended finance é uma forma de financiamento misto, unindo recursos que podem ser comerciais, públicos, de fomento e filantrópicos, para viabilizar projetos de impactos positivos sociais e ambientais. Com esse valor, o Instituto Amazônia+21 espera os seguintes impactos:
Desenvolvimento de uma economia de alto valor agregado, justa e inclusiva no bioma;
Redução do desmatamento, das emissões, da poluição e aumento da conservação da biodiversidade;
Desenvolvimento socioeconômico e a melhoria das condições de vida das populações locais;
Ampliação e diversificação da oferta de bens e serviços no território.
“Estamos muito animados com a possibilidade de impulsionar negócios sustentáveis na Amazônia. Se somarmos esforços, seremos vetores de investimento e contribuiremos para melhorar a vida de 30 milhões de brasileiros que vivem na região”, afirma o presidente do Instituto Amazônia+21, Marcelo Thomé.
A Facility de Investimentos trabalhará simultaneamente com quatro plataformas em setores como bioeconomia, energia renovável e turismo sustentável. São elas:
Plataforma de investimentos que destinará capital para empresas, projetos e iniciativas em setores estratégicos da economia verde;
De assistência técnica para estruturação de projetos financiáveis e de impactos positivos sociais e ambientais;
De engajamento multistakeholder para promover a cooperação entre todos os atores;
De conhecimento para criação de dados e de informações quantitativas e qualitativas sobre a Amazônia.
“O Brasil vai receber a COP30 no próximo ano, uma oportunidade de mostrar ao mundo o potencial econômico da Amazônia. Temos de aproveitar o momento para colocar de pé projetos de fortalecimento da região. A Facility de Investimentos Sustentáveis surge como a contribuição do empresariado brasileiro para a conservação do bioma e o desenvolvimento sustentável”, diz o presidente da CNI, Ricardo Alban.
Benefício para investidores
Entre os benefícios para os doadores, estão a alavancagem de capital em até sete vezes e a participação na governança da ferramenta. Já para os investidores comerciais, estão previstos retornos financeiros semelhantes às taxas e ao prazo do mercado tradicional.
Além disso, doadores e investidores estarão contribuindo no combate à mudança climática e na conservação do meio ambiente e da biodiversidade.
Atualmente, o portfólio da Facility de Investimentos Sustentáveis já conta com as seguintes iniciativas:
Projetos de 96 startups voltados para o desenvolvimento da bioeconomia na Amazônia. As iniciativas, selecionadas pelo programa Inova Amazônia, do Sebrae, receberão assistência técnica e financeira.
O Centro de Bioeconomia e Conservação da Amazônia, em Porto Velho (RO). Com uma área de cerca de mil hectares, o local receberá o plantio de pelo menos 100 espécies de plantas amazônicas que devem ser estudadas. Além do plantio, o centro deve reunir vitrines tecnológicas, áreas de restauração da Floresta Amazônica, laboratórios e escritórios: tudo voltado para pesquisa e produção de mudas e sementes da Amazônia.
O Projeto de Habitação Social, em parceria com a Caixa Econômica Federal, que prevê a construção, em prova de conceito, de oito unidades habitacionais sustentáveis em palafitas e uma estrutura social de 300m² com o uso de madeira engenheirada (processada industrialmente para otimizar o seu desempenho para uso na Construção Civil). O potencial de médio e longo prazo inclui um plano de desenvolvimento urbano sustentável do bairro, com arquitetura financeira híbrida para viabilizar sua implementação e escala de produção de moradias sustentáveis.
Estudo para a conversão de lixões em aterros sanitários na região da Amazônia Legal.
CNI lidera as contribuições
A CNI é a primeira entidade a investir no Fundo Catalítico da Amazônia. Ao comprar uma das dez cotas pioneiras do Fundo, no valor de R$ 2 milhões, a Confederação ganha o direito, por dez anos, a uma cadeira no conselho estratégico da Facility de Investimentos Sustentáveis, com poderes consultivos e deliberativos.
O conselho vai acompanhar todas as atividades de implementação e operação da ferramenta, receberá as prestações de contas de desempenho operacional, financeiro e de impacto e será convidado a participar das decisões estratégicas ao longo do processo.
Instituto Amazônia+21
Criado em 2021, o Instituto Amazônia+21 tem o objetivo fomentar negócios sustentáveis e de apoiar empresas e novos empreendimentos na região amazônica, e busca conectar oportunidades locais com fundos de investimentos e organizações interessadas em financiar ou participar das iniciativas.
O portfólio de serviços do instituto contempla difusão de práticas ESG, mensuração de resultados e impactos de projetos, consultoria técnica, assessoria para captação e aplicação de investimentos, articulação de parcerias voltadas à incorporação de tecnologias e à inovação.
Fonte; FIEAC
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